2007 – Campos do Jordão

Tesouro para nossas almas

Segundo dia de viagem, terça-feira. A serra deveria nos presentear com seu tesouro majestoso, a Pedra do Baú. Esse baú, que guarda relíquias impagáveis, nos daria outra surpresa.
Aliás, surpresas, pois descobrimos que os lugares têm muitas faces e temperamentos. Os locais menos mexidos pela mão do Homem sempre revelam a sua essência.

Eles são suscetíveis à presença humana. “Vamos ver como esses viajantes reagem se eu mostrar o meu lado N, de nublado, ou o E, de encoberto, ou ainda, o C de chuvoso”, confidenciou Ana Chata.

O Bauzinho, por sua vez, até mostrou-se afetuoso: por ordem de seu tutor, o senhor Baú, nos deixou subir nele e sentir suas incrustações rochosas. É verdade que o soberano daquele local havia deixado o lençol estendido sobre si e seu herdeiro, em forma de neblina. Avistar “seu” Baú, nem pensar!

Ele era senhor daquele espaço e estava com certo mau humor, leve sensação de depressão, chorando, mesmo, em alguns momentos. Dizem que desse pranto vem a chuva, o chuvisco, e, ainda, a inundação. Daí, a montanha que chora”.

Campos do Jordão, setembro de 2007.
Mário Hata