2015 – Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR)

 

“Junto com esse medo curioso, havia toda a ansiedade de última viagem que tornava todos os momentos ainda mais especiais. Essa foi uma viagem que me deu mais experiências novas, pois não fomos para a praia, fomos para o interior de cavernas e de nossas mentes inquietas”. Ananda

“Se pudesse tirar uma só foto durante toda a viagem, ela seria da entrada da caverna Cafezal, onde havia uma abertura mais ou menos da forma de um losango e o preto acinzentado das grandes paredes de pedra se destacava no meio da verde mata atlântica, que complementava a bela paisagem. Além disso, aquela cena me marcou, foi a primeira caverna que visitamos e tínhamos feito uma longa caminhada para chegar até ela. Por isso, estávamos todos apreensivos”. Beatriz

“Minhas sensações eram medo, liberdade, cansaço e tristeza. Medo (de cair, ou escorregar), liberdade (de ir e vir), cansaço (das caminhadas e por acordar cedo) e tristeza (meu último ano, minha última viagem)”. Catharina

“As cavernas deixaram de ser informações e se tornaram momentos. Descobri praticamente um mundo novo, uma sociedade nova, consegui me colocar no lugar dos homens das cavernas, ou sentir as sensações de estar lá dentro, imaginando como seria se eu vivesse ali. Senti sua textura, sua consistência, como era difícil se locomover ali… O que é, de verdade, o escuro total… Experiências que eu jamais conseguiria na escola”. Giulia

“Se eu pudesse tirar somente uma foto em toda a viagem, tiraria uma foto com o João, do primeiro ano. Na verdade, eu tirei essa foto, acho que nada melhor do que fechar uma trajetória comparando como você começou e como encerrou o que aprendeu, vivenciou e o quanto amadureceu. Às vezes, vejo no João um “eu pequeno”, isso torna muito mais fácil uma reflexão sobre o que fui e o que me tornei”. Felipe Menezes

 

“Dentro das cavernas, eu consegui notar respeito; assim que nós apagávamos as lanternas, todos os alunos ficavam quietos, para que fosse possível presenciarmos uma escuridão e um silêncio tão absurdos que eu nunca havia experienciado antes”. João Francisco

“Esses pequenos detalhes se encaixavam perfeitamente, fazendo da viagem uma experiência harmoniosa, confortável, onde os aprendizados não só faziam sentido logicamente, mas eles estavam em outra parte que não só de aluno, ou amigo, ou cidadão, ou qualquer outro título que damos a um ser humano. Estar ali, ouvindo sobre os primeiros homens das cavernas, que contavam suas histórias em volta de uma fogueira, fazendo seus rituais fúnebres, que celebravam a passagem do plano físico para o espiritual, nos conecta estranhamente a um passado remoto que ganha vida dentro de nosso próprio grupo, não só de classe, mas da Ágora, como um todo.” Maria Clara

“…Percebi, juro, o quanto somos pequenos. Nenhum ser humano deixará um legado tão poderoso como uma rocha, e nenhuma sociedade se desenvolverá com tanta paciência quanto uma caverna, resistindo ao teste do tempo. O “insight” aqui está em perceber que nem nossos mais terríveis pesadelos, nem nossos mais sublimes sonhos haverão de se equiparar à grandeza do universo e da natureza – o que não quer dizer que não somos importantes. Noutras palavras, a viagem ao PETAR mudou minha mente. Ela foi, no melhor dos melhores sentidos, iluminadora – principalmente nos momentos de maior escuridão”. Miguel

“Eu aprendi como é estar dentro de uma caverna, sentir aquele frio que, às vezes, incomoda, mas que também refresca, aquela sensação de ser o Batman na batcaverna, de imaginar que você é um paleontólogo à procura de fósseis, saber que há milhares de anos nossos ancestrais viveram naquele lugar: uma sensação, um aprendizado, uma conquista”. Paulo

“Impressionante, encorajadora, desafiadora. Assim foi a viagem ao PETAR”. Pedro Onishi

“Bairro Santa Olímpia, assim como o Quilombo, são exemplos de comunidades exemplares que respeitam todos os seus integrantes, não têm muitas pessoas em suas comunidades, têm histórias muito interessantes, têm orgulho do que são, tentam manter uma certa distância (até física, mas sem se excluírem) da “nossa sociedade”, para não perderem suas tradições e sua cultura. Entretanto, há também diferenças entre as duas (senão, seriam o mesmo lugar!), como por exemplo, a origem: uma, nos escravos; a outra, nos imigrantes. O Quilombo começou com um forte programa de auto- investimento, para que os próprios quilombolas fossem para fora, estudassem e, depois, voltassem para construir um quilombo melhor. Parte dessas pessoas começou a ocupar cargos políticos, ministérios e instituições governamentais, para defender os interesses da comunidade. Já Santa Olímpia fez com que “seus filhos” trabalhassem fora, mas ao final do dia voltassem para “sua mãe”.” Felipe Jukemura

“Então, ao entrar naquele ônibus no dia 18 de agosto, meu objetivo era saborear cada momento como aproveitamos o último biscoito da caixa; processando-o com calma, tentando fazê-lo durar o máximo possível. Por isso, não me dei ao luxo de recusar alguma atividade oferecida. Mergulhei em todas as águas frias, entrei em todas as cavernas cheias de aranhas, explorei todo canto que se permitiu explorar, com a mentalidade do saborear do último biscoito”. Tatyana